sábado, 26 de setembro de 2015

Qual carreira escolher?



      Para onde vão todos os sonhos e ideais puros de uma criança?
      Em que momento aquela vontade de transformar o mundo se transforma em conformismo?
      Pior, quando ela começa a achar que é normal pisar nos outros para subir na vida?

      Sempre falamos que a criança é egocêntica, a história de "o sol nasceu para mim". Mas isso ocorre simplesmente porque a criança tem um campo de visão muito pequeno. Ela só vê o restrito mundo que a cerca, onde todos estão voltados a atender suas necessidades.
      A medida que ela vai crescendo, ganhando autonomia, ela vai descobrindo um universo que precisa dela, mais do que ela precisa de alguém. É o momento em que ela brinca e fantasia de ser um super-herói para salvar o mundo. Ela sonha sempre com o bem vencendo o mal, e realmente acredita que poderá fazer um bem para a humanidade.
      De repente, na adolescência, começa a conviver com sua "tribo". Talvez um primeiro teste de sobrevivência. Mesmo assim, ao sonhar com sua profissão, idealiza um projeto bom. Ninguém quer ser médico para ferir ou matar, nem um advogado para descobrir como burlar a lei ou um engenheiro para poder destruir o mundo.
   
      Por que, então, grande parte dos adultos age de forma tão egoísta, gananciosa, buscando apenas a vantagem pessoal, chegando muitas vezes a extremos radicais?
      Quando foi que a sua essência se perdeu?

      Por que tantos jovens dedicam-se tanto ao vestibular mas, ao serem aprovados, muitos se decepcionam e desistem? Estariam desistindo do sonho de transformar o mundo do jeito que imaginavam que poderiam ou, simplesmente, começaram a buscar apenas seus próprios interesses pessoais? Porque ninguém precisa gostar de dissecar cadáver para se tornar médico, mas é essencial que aprenda anatomia. Também não é preciso adorar cálculo para projetar uma ponte, mas se não tiver essa noção, muitas vidas podem se perder. Nem é preciso adorar decorar picuinhas de toda a legislação para defender um inocente. No entanto, é necessário uma formação ampla, para construir uma base sólida. Mas, nessa sociedade imediatista, é como se a carreira tivesse que agradar o aluno assim que ele entra na universidade.

      Ao cair na realidade, deparamos com uma sociedade corrupta, onde cada um só pensa em si. Aqui no Brasil, então, com a cultura do "levar vantagem" , a famosa lei de Gérson, os mais bem-sucedidos são os que conseguem ser mais "espertos".
Não me admira tantas pessoas em depressão. Qual o sentido da vida para elas? Muitas não vivem, apenas sobrevivem. Perderam-se os sonhos, desacreditou-se no futuro. Não há mais esperança de poder transformar o mundo. É preciso batalhar muito para conseguir se adaptar ao presente. Todos vestem sua máscara de bem-sucedido e buscam bens materiais para ilustrar a fantasia de que tudo está bem.

      A você, jovem, que está no início de sua carreira: NÃO PERCA SUA ESSÊNCIA. Acredite que pode fazer a diferença na vida de alguém e que o mundo pode ser melhor por sua causa. Não se deixe envolver pela névoa do conformismo, nem mergulhe na ganância do sucesso financeiro. A alegria, o sucesso, a carreira, o dinheiro só virão como consequência das conquistas pessoais. Só assim, você estará bem com você mesmo no futuro, e poderá trazer esta perspectiva de vida aos seus filhos que reiniciarão este ciclo da vida.

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