segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

1 ano de blog

      Já faz 1 ano que comecei a escrever este blog, quando ele ainda aguardava as respostas dos "applications".
      Naquela época, eu vivia um turbilhão de emoções, ansiedades e expectativas. Tudo parecia incerto. A sensação era de muita apreensão. Ele seria aceito onde queria estudar? Será que escolheu a melhor história para os seus "essays"? Se ele fosse embora, iríamos manter forte nosso vínculo?
      Para quem "olha de fora", existia quase uma certeza de que "tudo daria certo". Mas, só quem vivencia este momento, entende quantas nuances de incertezas existem.

      Ao olhar para trás, parece que a história dele é parecida com a de tantos outros que foram estudar fora. Um aluno com destaque acadêmico em olimpíadas científicas que foi aceito em algumas das universidades top americanas. É incrível como o resumo da história é tão simples. Vários amigos seus também têm "rótulos" semelhantes: alguns tiveram alguns feitos na área do empreendedorismo, outros em projetos sociais, mas quase todos com destaque acadêmico (em geral, medalhas de olimpíadas científicas internacionais). Foram estudar e, de um jeito ou de outro, cada um está conquistando aquilo que foi buscar.

      Ao olhar para o presente, tudo continua como sempre. O amor, a preocupação, as comemorações têm sempre o mesmo significado de antes. Será que está estudando demais? ou de menos? Está dormindo como e quanto deveria? Está bem de saúde? Fez as amizades certas? Tem hora que a saudade aperta, mas o "sofrimento" é bem menor do que eu imaginava!

      Ao olhar para o futuro, continuam as incertezas. Já se inicia a preocupação sobre o que fará nas férias de verão, quais os caminhos certos a escolher diante de tantas alternativas. Em breve, serão as opções de estágios ou empregos.

      Algo que me marcou demais nesse ano foi vivenciar o fim do ciclo de Ensino Médio da minha filha. Talvez, porque tenha optado em ficar no Brasil, curtiu muito o último ano do colégio (diferentemente dele, que no 3º ano estava mais envolvido em olimpíadas e "applications"). Ela criou fortes vínculos, passou por todo o stress do vestibular em grupo. As provas eram as mesmas para todos os amigos. Todos faziam as mesmas aulas, estudavam os mesmos textos, resolviam os mesmos problemas, comiam no mesmo horário.
      Viveu intensamente esta fase, estudando muito, mas envolvendo-se demais com seus amigos. A formatura teve um grande significado. Fechava a última página deste ciclo da vida. Muito orgulho por tudo que conquistou!

      Aqueles que vão para fora, acabam criando menos raízes aqui. São mais do mundo, são globalizados. Desgarram da gente muito rápido! Os que ficam, têm um tempo maior para curtir o presente, podem "amadurecer no pé" , o que é muuiitoo gostoso para nós, mães.
      Dessa forma, pude sentir que, ao atravessar a cidade para buscá-la no colégio, contribuía para que ela ficasse um pouco menos cansada. Pude curtir o momento de fazer sua "comidinha" preferida, ou providenciar pequenos detalhes que fariam seu dia um pouco menos árduo.

      Sinto um enorme orgulho de ter participado ativamente da vida deles. Sei que tive um papel importante até agora. Curti muito cada momento. Mas, e daqui prá frente? Qual contribuição devo ter?
      O amor será sempre incondicional. Acho que nunca deixarei de zelar pelo bem estar deles, preocupando-me com a saúde, as decisões, os pequenos e os grandes detalhes da vida de cada um.
   
      Ser mãe globalizada é um aprendizado constante. Quanta coisa aconteceu neste ano que se passou. Foi um ano maravilhoso. Ele foi estudar fora, mas tudo continua como tinha que ser. Com relação a ela, foi um ano fantástico. Toda superação de limites, amadurecimento e companheirismo fortaleceram ainda mais nosso vínculo.

      Há 1 ano eu achava que sofreria com o "ninho vazio". Mas, descobri que posso ser feliz mantendo o ninho sempre aquecido, para que nossos filhotes saibam que sempre serão bem acolhidos, onde quer que estejam. O ninho sempre vai estar preparado, quentinho. Eles podem voar e voltar quando quiserem. Sempre estarei pronta para recebê-los . É isso que me faz ser feliz.

   

 

   

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário