domingo, 18 de maio de 2014

...é como uma gestação!

      Todo o processo de "application" é como uma gestação.
      Quando nosso filho decide que vai tentar estudar fora, para uns é motivo de muita felicidade, para outros de surpresa ou preocupação. A medida que ele (e nós), vamos passando por várias etapas, aquela possibilidade amadurece e vamos nos preparando para, literalmente, cortarmos o "cordão umbilical".
      Temos vários meses para ir acostumando com a idéia... preparar o "enxoval... sentir as várias transformações , tanto em nosso filho, como em nós mesmos... Enfim, "curtir" esse processo inteiro ... porque mandar um filho para estudar fora, não é só fazer um tchau e chorar na fila de embarque internacional!
      Quanto mais precocemente nosso filho decidir estudar fora e começar a "preparar o currículo" é melhor. Afinal, não se consegue desenvolver um grande projeto de vida somente alguns meses antes de escrever os "essays" (já comentei sobre isso no post "application").
      ...mas, para nós, os pais, a decisão dele estudar fora, traz uma série de implicações. Uma pergunta básica é: "como sustentá-lo lá?" (...não é essa a pergunta que fazemos logo que ficamos grávidas?)
      Não é obrigação dos americanos bancarem os estudos de nossos filhos. Não pensemos que podemos "leiloar" nosso filho brilhante, achando que ele é "tão bom" que todos vão querer pagar para tê-lo como aluno. Com certeza, existem milhares de alunos brilhantes que estão concorrendo às mesmas vagas.
      Também não podemos contar com o governo brasileiro. As bolsas que existem de CNPQ, FAPESP, Ciências sem Fronteiras... são para alunos que já cursam faculdade aqui ou para nível de pós-graduação.
      Existem algumas instituições que concedem bolsas, como a Fundação Estudar ou existem diversas instituições que abrem concurso específico para algumas faculdades.
      Alguns alunos podem ser patrocinados por empresários (mas, essa não é a cultura deste país...).
      Existem plataformas de "crowdfunding", uma espécie de "vaquinha virtual", em que os alunos pedem uma contribuição. Tem funcionado, se ligados a uma grande rede de contatos em redes sociais. (A que conheço é ligado ao "prep program" da Fundação Estudar").
      Existem alguns tipos de "financiamento" estudantil, em que o aluno vai pagar a faculdade, só depois de se formar. Não conheço direito esse processo, tenho a impressão que isso não é viável pelo governo brasileiro (nem americano). Parece-me que algumas universidades têm seu fundo próprio, então o aluno, uma vez aprovado, poderia se candidatar.
      A maioria dos alunos poderá trabalhar (existe uma "carga horária" máxima permitida). Alguns conseguem desenvolver projetos de pesquisas remunerados, ligados a sua própria área de interesse... e outros, trabalham dentro da própria universidade, como "garçons", na cozinha, na parte administrativa, etc...
      Existem bolsas concedidas a alunos que tenham um bom desempenho esportivo. Para isso, precisam comprovar seu alto nível de competitividade (através de rankings em federações e/ou participações em competições internacionais ), além de um bom desempenho acadêmico. O Daqui Prá Fora é bastante especializado nessa área.
      Uma vez aprovado, o aluno pode solicitar um "gap year" (adiar a admissão em 1 ano), sendo possível tentar juntar dinheiro durante este período.
      Mas, mesmo existindo todas essas possibilidades, quem tem a responsabilidade e obrigação de sustentar nosso filho lá, somos nós, os pais.
      Então, durante essa "gestação", precisamos nos preparar para não sermos pegos de surpresa. Eu, particularmente, não me perdoaria se meu filho conseguisse ser aprovado na universidades de seus sonhos e eu não pudesse bancar. Se tivermos um grande planejamento, independemente de quanto cada família tem de renda, é possivel buscar uma alternativa para viabilizar este sonho.
      Cada ano, mais alunos estão indo estudar fora... a concorrência vai aumentando... logo, as possibilidades de bolsa, proporcionalmente vão diminuindo.
     Por outro lado, para famílias que têm boas condições financeiras, talvez seja até mais fácil conseguir uma vaga em uma universidade americana do que em algumas brasileiras. Existem as "top americanas", que são extremamente concorridas, mas existem outras universidades não tão "famosas" e nem por isso, de nível inferior, que são bastante acessíveis, desde que se consiga pagar.
      Para muitos alunos, ter a possibilidade de estudar em outro país, vivenciando toda a riqueza de experiências novas, diversidade cultural, fluência na língua... vai trazer um amadurecimento que será extremamente importante em sua vida profissional futura.
      Poderia discorrer vários aspectos desta "gestação", mas por ora, vou limitar-me a refletir somente em "como sustentar" nosso filho, logo que for cortado o "cordão umbilical". Acho que só isso, já vai fazer surgirem "vários fios de cabelo branco"...
   
   

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