sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Application

      Vou explicar um pouquinho sobre o processo de seleção para admissão em faculdade nos Estados Unidos (não conheço como é o processo para outros países), principalmente para aquelas mães que não conhecem o caminho.
      Nos EUA, o aluno deve escolher a escola que quer fazer e não exatamente a profissão que irá seguir. Cabe a cada aluno pesquisar o perfil de cada escola, seja pelo seu interesse acadêmico, esportivo, localização, pré-requisitos, concorrência, custos, possibilidade de receber bolsa... Por outro lado, cada escola também selecionará o aluno que tem o perfil que ela quer. Em suma, o aluno busca um perfil de faculdade mas a faculdade também seleciona seu perfil de aluno.
      O desempenho acadêmico durante o Ensino Médio é apenas um dos fatores a serem considerados na seleção.  Vale aqui toda a vida do aluno. Se ele é esportista, se toca algum instrumento, se tem algum projeto social, se foi exemplo de superação, se foi destaque por algum motivo... Cada aluno será avaliado pela história de vida que contar. Se o aluno, em todo processo de "application" (o nome dado ao processo de seleção), conseguir convencer os selecionadores de que é o aluno ideal para aquela faculdade, ele será convidado a fazer parte dela.
      Parece simples, não?
      Agora imagine esta cena: Uma enorme mesa, sentados ao redor dela, uma banca de examinadores, com milhares de cartas e papéis... eles terão que ler tudo aquilo e decidir quem vai ser aprovado.
      Como eles conseguirão ter a mesma visão que nós temos do nosso filho? Eles serão capazes de avaliar o quanto nosso filho realmente merece aquela vaga?!?

      Por isso, essa jornada é complexa... O "application" consiste em um questionário com perguntas básicas, classificação na escola, notas no "SAT" (tipo de "vestibular ou ENEM" americano, que é feito aqui mesmo no Brasil) e vários "essays" (pequenas redações) em que você precisa contar toda a sua vida, como é sua personalidade, do que gosta ou não gosta, de como lida com os desafios, ou até com o fracasso... E, só vai valer o que você escrever... eles não têm como "adivinhar" o quanto você é brilhante...

      Para poder resumir bem os feitos, você terá que apresentar os resultados. Então aqui vale conquistar medalhas (de preferência de nível reconhecido internacionalmente), comprovar que fez a diferença em algum projeto que participou (não vale simplesmente participar de uma atividade de voluntariado, precisa mostrar o quanto esse trabalho foi importante na sua própria vida ou na de alguém)... Vale qualquer coisa, desde que isso cause um impacto naquele professor que estiver lendo seus "essays".

      Então, simplesmente ser um dos melhores alunos, ir bem no "SAT", ter grande proficiência em inglês... não basta!!! Todos os alunos, dos Estados Unidos e do mundo inteiro, que aplicam para as melhores faculdades, são sempre os "the best" (melhores)  nas escolas deles... Você precisa conseguir convencer quem lê seus "essays", que é a faculdade que "precisa" de você lá, porque você é brilhante!

      Acredite, nosso filho é realmente brilhante... Basta conseguir provar!!!
   
      Esse é o grande segredo do "application".

   
   

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Só quem é mãe entende... (ou só quem é mãe globalizada é que entende !!!)

     

      Rojões de comemoração diante da conquista do tão esperado resultado!
      Sim, ele foi aprovado e vai estudar na faculdade que sempre sonhou.

      Mas sabe o que é extremamente difícil?
      É não saber o que fazer com tudo aquilo que sentimos.
      Nós queremos o melhor para nossos filhos, jamais admitiríamos atrapalhar o caminho deles, sabemos que estão no caminho certo e tudo está seguindo perfeitamente. E temos o maior orgulho disso tudo.
      Racionalmente temos discurso pronto para lidar com esse momento da despedida.

      mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!

     Tem hora que não dá para falar para ninguém, a gente sabe o que os outros vão falar, sabe que tem muitos que não entendem o porquê de nos sentirmos assim

      mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!

      a gente quer que nossos filhos sigam sem olhar para trás, procuramos prover tudo o que precisarem, organizamos festa de despedida, providenciamos cada detalhe

       mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!

      acalentamos num abraço gostoso e apertado, tentamos mimá-los um pouquinho mais, olhamos com uma ternura indescritível cada momento juntos

       mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!

      rimos muito, ainda enchemos de recomendações, damos conselhos

       mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!


      Poderia ficar enumerando tanta coisa que a gente tenta fazer nesses últimos meses antes deles embarcarem e continuar dizendo:

       mas, ....DÓIIII!!!!!!!!!

     Nooosssaaaa,  a saudade já é tão grande, mesmo antes deles partirem!

     Acho que só quem vive o mesmo que estou vivendo é capaz de entender!!!


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A ansiedade da espera dos resultados...

   

      Acho que uma das maiores funções de uma mãe é saber esperar!
      Muitas esperam para (conseguir) engravidar, espera-se 9 meses para o bebê nascer, espera-se que ele aprenda a falar e andar.
      Espera o sinal bater para pegá-lo na escola,  espera-se que ele tenha autonomia, espera ele ligar para ir buscar nas festas a noite... ou pior, espera até ele voltar sozinho das festas a noite.
      Espera que ele estude e vá bem e espera os resultados.

      Enfim, a gente não pode fazer por eles. Só nos resta esperar para ver o que vai acontecendo.

      A gente também tem uma visão diferenciada de tudo que acontece. Vemos a dedicação de nosso filho como mais ninguém vê. Muitas vezes, nós sabemos o quanto nosso filho sabe, mais até do que uma prova é capaz de avaliar. Mas a gente se sente impotente. Por mais que a gente ame e incentive, promova condições para que um filho tenha alta produtividade, proporcione um lar estável, alimentação adequada e conforto, chega uma hora que a gente não pode mais fazer nada.
       E, só nos resta esperar!!!

      Só que a gente tem que dar o exemplo: não podemos demonstrar ansiedade, afinal, nosso filho é que já está ansioso. Dependendo do resultado, ele é que vai precisar de um colo.

      Nem sempre os resultados ocorrem da forma que imaginamos ser justo! Quantas vezes achamos que nosso filho mereceria o prêmio ou a vaga tão  esperada... e isso não acontece !!!! Dói fundo. A dor chega a ser palpável. Mas a gente não pode mudar os resultados.

      Resta-nos abrir o maior sorriso, mesmo em meio de uma dor profunda e acolher com o abraço mais carinhoso. Fazer transbordar nosso amor, transmitindo a segurança e tranquilidade de que sempre existem caminhos a serem seguidos.

      ...RESILIÊNCIA... mostrar que através dos caminhos que não planejamos, a superação leva a resultados ainda mais surpreendentes.

      É uma grande ansiedade de espera. Esperar uma prova e depois um resultado.  Saber se tudo pelo que sonhou até agora poderá se concretizar. Foram muitos anos de preparação, muita dedicação e empenho. Nós sabemos que ele merece conquistar aquilo pelo que vem lutando. Mas, nem sempre quem avalia enxergará o mesmo. Infelizmente, um pequeno detalhe pode fazer o resultado final não ser o esperado.

      Vai se aproximando o momento de se por à prova tudo aquilo que está sendo primorosamente preparado. Seja uma seletiva para olimpíada internacional, um vestibular, um application ou qualquer outra seleção cujo resultado dependa de fatores sobre os quais não temos mais controle.
      Chega uma hora que nada mais temos a fazer. Resta-nos apenas ESPERAR !!!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Enfim, lá se vão eles!

      Há 23 anos atrás, era eu quem embarcava para um intercâmbio no Exterior. Eu tinha acabado de terminar a residência em Otorrinolaringologia e ganhei uma bolsa de 1 ano para estudar no Japão.
    Imagina o que era o intercâmbio em uma época que não existia internet. Fazer uma ligação internacional era muito caro. Dependia de cartas postadas no correio para saber das notícias.
      O Brasil vivia a época da hiperinflação, quando o preço de tudo aumentava todos os dias. Assisti o impeachment de Collor lá de fora. Na época, senti orgulho de ser brasileira. Os jornais noticiavam que os jovens "cara-pintadas", de forma totalmente pacífica, como um grande carnaval,  conseguiram depor um presidente, e isso, sem violência!
      Enfim, já senti na pele o que é viver longe de casa!
         
    Durante o primeiro mês tudo era maravilhoso! A gente ri de tudo. Como não sabia ler tão bem os ideogramas japoneses, não sabia se aquele pacote de "pó branco" era sal ou açúcar. Tudo funcionava perfeitamente, o trem passava exatamente às 7:52hs. Tinha meu cantinho em um alojamento com mais outros 4 brasileiros e 7 latinos. Fazíamos as refeições juntos, e como eu conhecia vários bolsistas brasileiros pelo Japão inteiro, viajava bastante nos fins de semana.
     O tempo vai passando, algumas dificuldades vão surgindo, a saudade aperta, a euforia diminui e a rotina toma conta. O povo japonês é mais frio e trabalham demais. Ligar para o Brasil era muuiiito caro!
      Vinham momentos em que o que mais eu sentia falta e dava valor era a minha própria família!!! Nunca havia sentido quão importante era a minha família. Naquelas noites de tremendo cansaço, só frio e neve lá fora, quando muita coisa não tinha dado certo, chegava tarde e já não tinha mais comida, o aquecedor desligado, aiaiaiaiii,  quantas lágrimas rolaram! Pois é, nessas horas, eu descobri o grande valor dos pequenos detalhes de tudo que eu tinha em minha casa! Acho que, só mesmo indo tão longe, é que eu realmente compreendi o verdadeiro amor que une uma família!
     
      Nos dias de hoje, muita coisa mudou! Com a internet estamos conectados o tempo inteiro. Os jovens que estão indo estudar fora têm muita experiência em morar sozinho ou se virar sem os pais. Parece que morar em outro país é mais perto do que era antigamente. A globalização aproximou as fronteiras. Muitas vezes, com tanto brasileiro por lá, nem parece que se tornaram estrangeiros. A estrutura para alunos internacionais é muito boa, e eles sempre terão a quem recorrer. Tudo está muito mais fácil para eles.
      Mas, ainda assim, sei que haverá alguns momentos em que a saudade aperta, mas porque eu já vivi tudo isso, tenho certeza de que eles terão a convicção de tudo o que sua família representa. (tá certo que a saudade aperta muito mais do lado da mãe do que daqueles que estão de malas prontas, rsrsrsrs.)

      Com certeza, meu coração está muito mais apertado agora, ao ver meu filho indo embora, do que quando era eu quem embarcava.
        Bem, o que vou falar agora, pode parecer absurdo e ridículo para qualquer um que estiver lendo este post, mas tenho certeza que qualquer "mãe globalizada" vai sentir em algum momento. Existe uma pequena inquietação em nosso coração. Talvez, a tradução deste sentimento seja: "será que ele vai acabar se esquecendo de mim?"
        Para esses momentos é que compartilho uma grande verdade:  

         Eu sempre serei sua mãe. E, ele sempre será meu filho, independentemente dos quilômetros que nos separarem. Onde quer que esteja, ele sempre carregará meu DNA!

      (Verdade absoluta, da qual, nem que queiram, eles conseguirão escapar, rsrsrsrs!)

      
      

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Quanto custa estudar fora

        Hoje vou falar sobre um aspecto mais prático: Quanto custa estudar fora.
      Nos dias atuais, acredito que em algum momento, todos os jovens já pensaram na possibilidade de estudar fora ( se não pensaram ainda, daqui um tempo vão pensar!).
      Sim, tudo é lindo! Lemos histórias incríveis de alunos de todo tipo de classe social que conseguiram uma vaga em uma renomada universidade americana, e, também, "facilmente" conseguiram uma bolsa para prosseguirem com seus sonhos!
      O jovem sonha. Feliz aquele que tem o direito (e o dever) de imaginar que tudo é possivel.
     Mas, e nós, como pais? Até onde podemos arcar com esses sonhos? Será viável custeá-los? 

      Bem, nem vou considerar o aspecto de como conseguir uma vaga. O que merece um GRANDE capítulo a parte. Não é nada fácil ser aceito por uma universidade americana! Como sempre fala um amigo que estudou em Harvard: "Só de conseguir chegar até o fim do processo de "application", já é um grande processo de seleção"

      Existem 2 tipos de visão: a do aluno e a dos pais. 
      O aluno que se empenha em querer estudar fora, sempre estará preocupado em ser alguém que se destaque (seja em olimpíadas científicas, esportes, projetos sociais, liderança, empreendedorismo, etc) É claro que eles não conseguem fazer isso sozinhos! Sempre necessitarão do apoio de várias pessoas, e, em geral, como pais, esse é nosso papel! 

     Por outro lado, nós, como pais, sabemos que tudo que eles conseguirem, implicará em que alguém consiga "bancar" esse projeto. Em geral, caberá a nós todo esse custo. Mesmo para se conseguir uma bolsa, somos nós que precisaremos preparar todos os documentos para a solicitação. 

      Por isso é EXTREMAMENTE importante nos envolver com esse processo. 
    Existem vários tipos de assessoria que podemos buscar. Muitos colégios orientam os alunos, existem institutos e empresas que também prestam este tipo de serviço. Algumas são gratuitas e outras são pagas. O fato é que precisamos correr atrás. 

      O custo anual pode chegar a U$ 60 mil, entre a anuidade e moradia. Não só precisamos saber que conseguiremos pagar, como precisamos provar que temos como pagar (por meio de documentos, tais como imposto ou extrato bancário). Para solicitar bolsa da própria universidade, precisamos provar que NÃO temos como pagar. Algumas universidades já deixam claro que, se solicitarmos bolsa, a chance de ser admitido é menor. Quando se cogita uma bolsa pelo esporte, o caminho é outro. Em geral, há necessidade de assessoria especializada, mas as possibilidades de se conseguir bolsa, são maiores.

      A cada ano, mais brasileiros estão fazendo graduação fora. Se por um lado começamos a entender melhor o processo de seleção, por outro, a concorrência vai aumentando. Já houve uma época em que se dizia que o importante era ser admitido, e, que não seria por falta de dinheiro que esse aluno não faria o curso. Hoje, sabemos que não é tão simples assim conseguir uma bolsa. 

      Existem ainda outras modalidades de fazer um curso no Exterior. Não é necessário fazer toda a graduação fora. Os melhores alunos das universidades brasileiras, conseguem realizar intercâmbios, "graduação sanduíche", estágios e inclusive conseguindo diploma duplo. Vários programas de convênio da própria universidade ou pelo "Ciências sem Fronteiras" têm proporcionado ótimas oportunidades aos alunos.

      É necessário conversar, estudar e planejar com calma quais as reais possibilidades do aluno e da família quanto a graduação. Hoje em dia, vejo muita assessoria ao aluno, mas nem tanto à família. 


      
      
     
       

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Já sabem voar !!!!

    Aos 14 anos, meu filho foi convidado a participar de um curso de matemática em Boston, nos EUA. Tudo foi muito repentino, e mesmo sabendo que iria um professor do colégio e mais outros 2 colegas, ele precisou viajar sozinho. 
      Imagina o que é ver seu filho "sozinho", só com 14 anos, de mochila nas costas, na fila do embarque internacional?
     Havia dúvidas sobre o tipo de visto que ele precisava, então estávamos extremamente ansiosos pela sua entrada na Imigração americana. Enfim, de madrugada ele me liga dizendo que estava tudo bem, que já estava aguardando no "gate" da conexão para Boston.
      .... UFA!!!  relaxei e fui dormir... Daí a pouco, toca o telefone novamente...

      ...  "mãe,  perdi o vôo!  Não vi que mudou o "gate" de embarque e o avião já partiu!"

      ................................ ( respiro profundamente ) ....................................

      ... " bem, filho, tá tudo bem !!!!! ... faz o seguinte, vai lá no balcão e explica a situação para o funcionário da empresa aérea..."

     ... " não mãe, isso eu já fiz, já estou agendado para o próximo vôo... Eu só tô te ligando para você ligar para o professor (americano) que vai me buscar no aeroporto, e dizer que vou me atrasar... eu não tenho moeda para fazer a ligação daqui. " (ele me ligava a cobrar, pela Embratel Brasil Direto, então não precisava de moeda).

     ... " Ah, filho, isso não!!!! Se vira!!!! vai, compra umas balinhas e troca o dinheiro!!!

        ....EEEUU?! ligar para o seu professor ( titular de matemática, responsável pela equipe americana de olimpíada de matemática??!!!), falar tudo em inglês com ele.... aiaiaiaiai... não vai dar não!!!
  
       E assim ele fez. 

      É, tem hora que a gente começa a perceber que eles superam em muito a nós mesmas... A gente acha que cabe a nós protegê-los, mas eles estão à nossa frente... Quando fazemos demais, muitas vezes não estamos permitindo que eles deslanchem em seus próprios caminhos... Por outro lado, estarmos ao lado deles, os faz sentir seguros, sabendo que sempre terão a quem recorrer se precisarem... Esse ponto de equilíbrio é o ideal a ser atingido... Não existe fórmula certa, mas acredito que no fundo, é o "bom senso" quem rege as nossas decisões...

      Eles já sabem voar... então é preciso deixar que eles voem para longe de nós, sem que eles sintam "peninha" da mamãe que fica... Não tenhamos a ilusão de que eles precisam de nós para tudo!

   








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A cegonha

                                    
          
          Lá no céu, chegou a vez de um bebê nascer!
Bem... Deus pega esse bebê entre as mãos, olha bem para ele, avalia qual será a sua missão, pensa em suas qualidades e seus defeitos.
Então, olha lá para baixo, na Terra e escolhe a família ideal para que cuide dele e o prepare para seguir seu próprio caminho. E assim, Ele escolhe o lar para onde vai enviar esta criança, mas com uma pegadinha: não envia o manual de instrução!
          Pensando dessa forma é que sinto qual a minha responsabilidade de ser mãe. Eu fui a escolhida para criar esse filho que Deus me enviou. Tive a honra e o privilégio de tê-lo em meu ventre, de tê-lo amamentado, de ver seus primeiros sorrisos e os primeiros choros; e agora, cabe a mim, prepará-lo para seguir seu próprio caminho. Temos inúmeras dúvidas, angústias e inseguranças. Mas, se fui “escolhida”, talvez seja porque Deus sabia exatamente como eu reagiria diante de cada situação, e, talvez fale comigo através de meu próprio instinto materno, aquela voz interna que sussurra especialmente nos momentos de profunda reflexão, quando até a incerteza é a resposta exata para nossas perguntas.
          Sabe aquele bebê que a enfermeira nos mostra todo lambuzado e enroladinho em um lençol de centro cirúrgico? Pois é, ele é nosso perfeito e amado DESCONHECIDO. Quem é ele? Do que ele gosta ou não gosta? O que ele vai ser? Será que vai se casar e ter filhos? Como vou saber que ele está no caminho certo?
Por isso, o que mais peço a Deus é sabedoria!
          Ser mãe sábia é um aprendizado constante. É estar aberta a se doar, a pedir, a sorrir, a chorar, a admitir erros, a reconhecer sua própria importância e principalmente amar tão incondicionalmente, sendo capaz de abrir mão de seu maior tesouro, deixando seu filho voar para bem longe, tornando-se totalmente desnecessária em sua vida. (Mãe desnecessária é aquela que cumpriu tão bem seu papel a ponto de seu filho nem precisar mais dela, por ser capaz de seguir sozinho sua própria jornada).
          A mãe sábia, sabe como amar demais seu filho, deixando-o livre para ser feliz, e é essa felicidade dos filhos que lhe traz a plenitude de sua própria felicidade!