segunda-feira, 10 de março de 2014

Por que estudar fora?

 
     Que diferença faz ao aluno de alto potencial acadêmico estudar em uma excelente faculdade no Brasil ou no Exterior?

     Acredito que no Brasil existem muitas faculdades excelentes. Nossas melhores universidades (tipo USP, ITA, UNICAMP, etc) são reconhecidas internacionalmente e todos seus alunos, ao se formarem, com certeza terão ótimas oportunidades de trabalho. Tenho certeza de que o aluno que se dedica conseguirá uma carreira de sucesso, tendo feito a faculdade aqui ou lá fora.
      Ter a oportunidade de viver sozinho em outro país, adquirir a fluência na língua e ampliar o networking  são fatores que melhoram o currículo, mas isso também se consegue fazendo a faculdade no Brasil e complementando com um intercâmbio ou pós graduação no exterior.

      Então, por que tantos querem fazer a graduação inteira lá?
      De uns tempos para cá, parece até que virou "moda". Quem vai para fora ganha fama, sai na mídia ... Assim, muitos alunos de 13-14 anos, ouvindo essas histórias, começam a alimentar esse sonho.  
      Vale lembrar que essa decisão envolve muitos fatores, entre eles:
- não se recomenda fazer Medicina, Odontologia ou Direito porque serão necessários 8 anos para se formar, ou seja, será necessário fazer uma graduação de 4 anos e aplicar novamente para uma pós graduação nessas áreas.
- quem quer morar sozinho, precisa ter saúde, uma certa autonomia e maturidade.
- mesmo quem consegue uma bolsa, que nem sempre é total, precisa ter alguma reserva financeira para eventuais surpresas.
- para ser aceito em uma faculdade americana é preciso ter um currículo de vida diferenciado. Nos EUA, além do SAT (uma espécie de ENEM), considera-se as notas do Ensino Médio, as atividades extra-curriculares, o perfil de personalidade, as cartas de recomendações, etc.

       Uma grande diferença é que no Brasil, o jovem precisa definir a carreira no momento do vestibular e cada faculdade ainda mantém um modelo de currículo obrigatório, fazendo com que todos os alunos "cumpram" os mesmos cursos até se formar. Nos EUA, o aluno escolhe a universidade que deseja cursar, e, se aprovado, vai escolhendo créditos nas áreas que tem interesse e de acordo com os créditos escolhidos, define sua carreira.
      Em geral, nas  melhores universidades americanas, existe um grande incentivo ao desenvolvimento de projetos, com muitos laboratórios modernos à disposição, além de um sistema de ensino extremamente produtivo, visto que os alunos têm aula com professores extremamente gabaritados, muitas vezes até ganhadores de prêmio Nobel. Contam também com um sistema de tutoria que garante o acesso ao aprendizado. Eles respiram um ambiente em que todos querem produzir. Na verdade, os melhores alunos do mundo inteiro querem estudar nessas universidades. Como consequência elas acabam realmente se tornando "as melhores", justamente porque tem os melhores alunos. Fecha-se esse circulo virtuoso.

      Nos EUA, é muito comum doar-se grandes somas de dinheiro para a universidade em que se estudou. No Brasil, em geral,  as melhores universidades são públicas, ou seja, tornam-se reféns de fatores políticos e não contam com grandes investimentos financeiros. Ultimamente, a nossa "Pátria Educadora" anda bem carente.

      Infelizmente, aqui no Brasil, muitos alunos do Ensino Médio têm como grande meta de vida, apenas passar no vestibular, sendo famosa a frase: "Existem 2 grandes alegrias do universitário: a primeira é quando ele entra na faculdade, a segunda é quando sai". O universitário acaba muito mais envolvido com a vida extra-acadêmica do que com sua oportunidade de crescimento pessoal.

     

4 comentários:

  1. Excelente seu artigo! Espero participar ativamente deste blog e me coloco também à disposiçao de outras mães que possamos ajudar nesta longa mas emocionante jornada!

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  2. Muito bom mesmo! Parabéns Lilian Arai.

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