segunda-feira, 31 de março de 2014

Como ajudar nossos filhos?!?!

      UAU! Como é bom receber as notícias das aprovações!!! É muito alívio, é muita felicidade!!!! Sensação de "dever cumprido"...
      Hoje, ao olhar para 1 ano atrás, quando tudo isso estava começando... a escolha de quais universidades aplicar, começar a iniciar processo de tutorias, refletir quais "histórias de vida" contar... vejo quanto caminho foi trilhado.
      Após esse processo de "application", ele (e, também nós, a família), amadurecemos muito! Quantas experiências tão enriquecedoras tivemos! Acho que cada aluno que vai fazer sua autobiografia, também pára para se analisar um pouco e acaba descobrindo um pouco mais de si mesmo. Eu, como mãe, sabia que não conseguiria ajudar tanto... ele sabia muito mais sobre todo esse processo do que eu. Ele conhecia as pessoas  a quem perguntar, e eu não.
      É muito difícil para uma "mãezona" ver que não tem como contribuir diretamente... Só fiz o que sabia fazer, ser mãe e prover o dia-a-dia dele.

      Por outro lado, há 1 ano atrás eu achava que estaria muito mais preparada para ver o "ninho esvaziando"... Quanto mais perto chega o momento da despedida, mais o coração acelera...

      Então, começo a ver um novo ciclo começando... Estou vendo suas "batidas de asas" cada vez mais firme... certa de que ele vai saber se virar... mas, mantendo um ninho sempre quentinho, para quando ele quiser voltar...

      Há momentos também, que o melhor que podemos fazer é não fazer nada! Simplesmente ficar contemplando toda essa transformação. Ele esteve tremendamente bem amparado por pessoas maravilhosas em seu caminho. A assessoria do colégio (Etapa), especialmente na figura do prof Edmilson, foi fundamental nas conquistas ... o Fred, que além de professor foi alguém que o despertou para as grandes possibilidades que tinha dentro da Física e o acompanhou em todo esse processo... o Estudar Fora, que conduziu todas essas fases ... e tantos outros...

      Nosso papel, como família, foi promover condições para que ele pudesse desenvolver todo seu potencial. Acho que, quando Deus inventou de fazer do "filhote humano" um ser totalmente dependente dos pais, foi exatamente para isso... para que cada membro da família sentisse a vitória de cada um como sua também. Dessa forma, todos somos cúmplices das vitórias e derrotas, fortalecendo o amor que nos une e firmando nosso vínculo cada vez mais.

      Aprendi muito até aqui... sei que tenho muito a aprender daqui prá frente...
      Compartilhar esse aprendizado, também me faz refletir sobre tudo que está acontecendo!

      Como ajudá-los? Acho que simplesmente sendo mãe, amando, apoiando, dando colo quando necessário e estimulando-os nos momentos certos... Essa sabedoria é o que mais peço a Deus!

   

terça-feira, 25 de março de 2014

Ninho vazio

      Sempre pensei que estivesse bem preparada para esse momento.
      Achava que lidaria bem com o fato de deixar um filho voar sozinho!
      Mas, agora, que tudo está se tornando um fato real... ah!!! é bem diferente!

      Há momentos, por exemplo, em pleno sacolão, que estou com os olhos se enchendo de lágrimas... Sabe aquele último sorvete delicioso, que a gente lambe todo o palito e o dedo, com gostinho de quero mais?!... Pois é... é assim! ....Ele, já já, vai embora!!!

      Eu sou do tipo "supermãe"... sempre curti muito cada fase deles... desde brincar como criança (ou até mais que eles) quando eles eram pequenos.... a estudar, desafiando-os a fazerem mais pontos do que eu em algum teste... Sempre fui "mãetorista" e também dei muita carona aos amigos... ( e isso para mim, sempre foi muito prazeroso, mesmo lidando com todo o stress do trânsito de São Paulo!)...Posso dizer que aproveitei bem todas as fases de vida deles!!!

      Estou hiperfeliz por todas as conquistas e porque ele conseguiu o que desejava!
   
      Mas eu vou sentir a falta dele!!! Isso é fato!!!
      Será uma nova fase...

          Enfim, essa é a maravilha de ser mãe... a gente sempre está descobrindo novas fronteiras de sentimentos! Se os sentimentos fossem cores, esse momento é uma tempestade de tantas nuances que eu jamais imaginaria existir...
   

terça-feira, 18 de março de 2014

"Decision day" (dia do resultado)

      Nem sei o que é mais difícil, completar todo o processo do "application" ou aguardar os resultados...

      A ansiedade da espera dos resultados (como já escrevi antes) é agonizante...
      A gente sempre acha que vai ser aprovado em todas as universidades... mas, nem tudo acontece como a gente imagina!

      É incrível como uma carta pode trazer tanta emoção! Se vem um "congratulations" (parabéns)... parece que não existe felicidade maior..., mas se vem um "we are sorry..." (sentimos muito...), o mundo desaba!

      ... tudo bem, no dia seguinte, tudo volta ao que era antes... mas a "montanha russa" de emoções libera tanta adrenalina, que a gente fica "esgotada"!

      Hoje já temos alguns resultados e ainda estamos aguardando outros... já sentimos a dor da decepção em ver o "we are sorry..." , mas estamos comemorando as conquistas!!!!... tendo agora, que nos concentrar em qual universidade escolher... outra importante decisão a tomar!

     Para ajudar nesta decisão, as universidades americanas proporcionam o "prefrosh weekend" (fim de semana do calouro). Eles convidam o aluno (e pais) para conhecerem o campus, quando são programadas diversas atividades. O aluno, muitas vezes, pode dormir no próprio dormitório e conhecer a rotina daquela escola.

      Muitas vezes, isso funciona como o "chapéu do Harry Potter" (para quem não sabe, quando o bruxinho entra em Hogwarts School , ele precisa  "ser escolhido" para uma casa onde irá morar. Então, existe um chapéu mágico, que percebe as características do aluno e determina para qual casa ele vai)
     Então, ao visitar a faculdade, conhecer os alunos, a cidade, sentir um "gostinho" de como é se tornar parte daquele mundo, pode ajudar muito na decisão. Como viajar para lá também tem seus custos, é importante saber que, eventualmente, será interessante deixar uma reserva financeira para esse fim.

      Agora o jogo muda... uma vez que o aluno é aprovado, são as universidades que começam a disputá-lo. Então elas fazem de tudo para agradar este aluno e realmente querem que ele vá estudar lá.
      Se o aluno passa em algumas universidades, mas está em dúvida, ou não conhece como elas são, acho extremamente importante visitá-las. Vejo isto como investimento e não como gasto. Como cada universidade tem um perfil diferente, é fundamental que o aluno sinta-se em casa e saiba que lá ele conseguirá atingir tudo que almejou.

      Enfim, são decisões importantes a serem tomadas... e, nós, a família, precisamos nos informar muito para poder ajudá-los.

   

segunda-feira, 10 de março de 2014

Por que estudar fora?

 
     Que diferença faz ao aluno de alto potencial acadêmico estudar em uma excelente faculdade no Brasil ou no Exterior?

     Acredito que no Brasil existem muitas faculdades excelentes. Nossas melhores universidades (tipo USP, ITA, UNICAMP, etc) são reconhecidas internacionalmente e todos seus alunos, ao se formarem, com certeza terão ótimas oportunidades de trabalho. Tenho certeza de que o aluno que se dedica conseguirá uma carreira de sucesso, tendo feito a faculdade aqui ou lá fora.
      Ter a oportunidade de viver sozinho em outro país, adquirir a fluência na língua e ampliar o networking  são fatores que melhoram o currículo, mas isso também se consegue fazendo a faculdade no Brasil e complementando com um intercâmbio ou pós graduação no exterior.

      Então, por que tantos querem fazer a graduação inteira lá?
      De uns tempos para cá, parece até que virou "moda". Quem vai para fora ganha fama, sai na mídia ... Assim, muitos alunos de 13-14 anos, ouvindo essas histórias, começam a alimentar esse sonho.  
      Vale lembrar que essa decisão envolve muitos fatores, entre eles:
- não se recomenda fazer Medicina, Odontologia ou Direito porque serão necessários 8 anos para se formar, ou seja, será necessário fazer uma graduação de 4 anos e aplicar novamente para uma pós graduação nessas áreas.
- quem quer morar sozinho, precisa ter saúde, uma certa autonomia e maturidade.
- mesmo quem consegue uma bolsa, que nem sempre é total, precisa ter alguma reserva financeira para eventuais surpresas.
- para ser aceito em uma faculdade americana é preciso ter um currículo de vida diferenciado. Nos EUA, além do SAT (uma espécie de ENEM), considera-se as notas do Ensino Médio, as atividades extra-curriculares, o perfil de personalidade, as cartas de recomendações, etc.

       Uma grande diferença é que no Brasil, o jovem precisa definir a carreira no momento do vestibular e cada faculdade ainda mantém um modelo de currículo obrigatório, fazendo com que todos os alunos "cumpram" os mesmos cursos até se formar. Nos EUA, o aluno escolhe a universidade que deseja cursar, e, se aprovado, vai escolhendo créditos nas áreas que tem interesse e de acordo com os créditos escolhidos, define sua carreira.
      Em geral, nas  melhores universidades americanas, existe um grande incentivo ao desenvolvimento de projetos, com muitos laboratórios modernos à disposição, além de um sistema de ensino extremamente produtivo, visto que os alunos têm aula com professores extremamente gabaritados, muitas vezes até ganhadores de prêmio Nobel. Contam também com um sistema de tutoria que garante o acesso ao aprendizado. Eles respiram um ambiente em que todos querem produzir. Na verdade, os melhores alunos do mundo inteiro querem estudar nessas universidades. Como consequência elas acabam realmente se tornando "as melhores", justamente porque tem os melhores alunos. Fecha-se esse circulo virtuoso.

      Nos EUA, é muito comum doar-se grandes somas de dinheiro para a universidade em que se estudou. No Brasil, em geral,  as melhores universidades são públicas, ou seja, tornam-se reféns de fatores políticos e não contam com grandes investimentos financeiros. Ultimamente, a nossa "Pátria Educadora" anda bem carente.

      Infelizmente, aqui no Brasil, muitos alunos do Ensino Médio têm como grande meta de vida, apenas passar no vestibular, sendo famosa a frase: "Existem 2 grandes alegrias do universitário: a primeira é quando ele entra na faculdade, a segunda é quando sai". O universitário acaba muito mais envolvido com a vida extra-acadêmica do que com sua oportunidade de crescimento pessoal.

     

quinta-feira, 6 de março de 2014

" Se eu não conseguir, não vai ser porque eu não tentei..."

      O que fazer quando um filho começa a falar que quer estudar fora?
      SE fosse filho dos outros, a gente logo falaria:
         - UAU! que maravilha, tem mais é que ir mesmo!!!

      Mas, quando é nosso filho, milhares de questionamentos contraditórios surgem:
           - será que ele vai conseguir entrar?
           - será que vamos conseguir pagar?
           - será que ele vai conseguir se virar sozinho?
           - será que eu vou conseguir viver sem ele por perto?
           - será que é seguro?
           - será que não é melhor fazer a faculdade aqui e algum intercâmbio no Exterior?

       É claro que também nos enchemos de orgulho, especialmente se acreditamos que ele tem reais possibilidades de conseguir entrar em uma boa faculdade lá fora! Quantas histórias ouvimos de outros pais que ficam contando os feitos de seus filhos que foram "embora".

      Existe um filme da Disney : "Sonhos no Gelo", que fala sobre uma menina brilhante, filha de uma professora, que se preparou a vida inteira para entrar em Harvard. Mas, ela tem um sonho: ser patinadora profissional. Na entrevista de seu processo de "application", ela mostra um trabalho em que usa um programa que analisa como melhorar a performance de um patinador, utilizando conceitos de física. Seu entrevistador, vendo toda a empolgação que ela tem pela patinação, faz uma pergunta: "E, qual a sua paixão por Harvard?". Depois de uma relutância, ela responde: "A minha paixão ?! A minha paixão eu não posso desenvolver aqui.", vira-se e vai embora!
      Então, em um momento do filme, ela sai atrás de uma treinadora pela qual não tem afeição nenhuma, mas que seria sua única possibilidade para poder treinar e obter bons resultados e lhe pede que a treine. A treinadora mostra-se extremamente arisca, diz que será muito difícil, acha que ela não vai conseguir ganhar nada, enfim, não facilita as coisas. Chega uma hora que pergunta porque ela quer tanto treinar!
      Nesse momento, essa menina fala:    
           - Se eu não conseguir, não vai ser porque eu não tentei! 

      O final do filme, é claro que é um final "da Disney", tipo: viveram felizes para sempre! (vale a pena assistir  e, obviamente, chorar!!!! )

            
      Acredito que a pergunta mais importante a fazer para nosso filho é:
         - Você realmente deseja estudar fora?

     Se ele decidir comprar este desafio, que o faça com a plena convicção de que vai precisar se entregar totalmente. Enquanto estiver batalhando para buscar sua vaga, precisará entender que o seu papel é fazer tudo que estiver ao seu alcance. Mas, o resultado? O resultado não dependerá dele, porque tudo o que ele poderia fazer ele já fez. Se não for aceito, ou não puder ir por falta de condições financeiras, não será culpa sua.