Ontem, fomos convidados para a aula inaugural da Graduação em MEDICINA da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein. Em meio a nem saber qual era a roupa que deveríamos vestir, disseram-nos que era para ir "chique", tipo terno e gravata, vestido e salto alto, já havia em nosso coração de pais uma grande alegria por comemorarmos a incrível proeza de ver nossa filha ser uma dos 50 alunos que se tornaram parte desta PRIMEIRA TURMA de MEDICINA da instituição. Mas, o que não imaginávamos era a dimensão do que este momento significa para a Sociedade Israelita Albert Einstein.
"Mitzvá, Refuá, Chinuch e Tsedaká, ou seja, Boas Ações, Saúde, Educação e Justiça Social. Foram esses os preceitos judaicos que motivaram médicos da comunidade judaica a fundar a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein há mais de 50 anos. Somados aos valores organizacionais (Honestidade, Verdade, Integridade, Diligência, Competência e Justiça), eles norteiam as atividades e os colaboradores da instituição."
Dentro de todos esses preceitos e valores, há 3 anos eles começaram a conceber o projeto da graduação em Medicina:
- Seus idealizadores visitaram mais de 15 universidades entre as mais renomadas de Medicina do mundo, buscando inspiração e avaliando modelos de ensino. Dessa forma, aos poucos foram desenhando o modelo que consideram ideal para o ensino da Medicina, aqui no Brasil.
- Escolheram os docentes mais capacitados, não apenas pelo currículo que apresentam, mas também pelo engajamento com os ideais do projeto que iniciam.
- Investiram e estão investindo muito, a busca pela excelência está acima de qualquer questão financeira.
- Dispõem de hospitais e serviços de atendimento à comunidade tanto a nível público como particular que primam pela qualidade de serviço, sem nenhuma restrição de recursos.
- Estão construindo um imenso complexo que sediará a faculdade, com toda a infra-estrutura de altíssimo padrão.
- Elaboraram um sistema de seleção nos moldes canadenses, onde se seleciona os alunos com os melhores resultados em um vestibular tradicional e depois os submete a uma avaliação de características pessoais, em um sistema de múltiplas mini-entrevistas. Este ano foram quase 11 mil alunos inscritos, dos quais apenas 50 foram selecionados.
E, poderia continuar enumerando várias outras qualidades, mas quero chegar onde mais me senti extremamente orgulhosa:
Houve um momento em que solicitaram que os 50 alunos se levantassem em meio à uma platéia de toda a comunidade Einstein e sua diretoria, além do Ministro da Educação, Secretário da Saúde e nós, os pais, para que todos os recepcionássemos com uma grande salva de palmas e boas-vindas, por representarem os melhores alunos que foram selecionados não apenas por sua brilhante capacidade acadêmica, mas, especialmente, pelas características pessoais de caráter, onde se valorizou durante as 8 mini-entrevistas, aqueles alunos que se destacaram por sua ética, comunicação efetiva, tomada de decisão, pensamento crítico, liderança, maturidade emocional, resposta adequada às situações de estresse, trabalho em equipe, etc.
Nesse momento, uma grande emoção me invadiu ao ver minha filha ali, de pé sendo aplaudida por tantas autoridades, sendo recebida como a "prata da casa" (assim foram chamados). Tive uma percepção inversa de valores: não éramos apenas nós que estávamos felizes por ela ter sido aprovada. A faculdade é que se curvava diante de alunos de tão grande potencial cuja existência só se justifica pelo alto nível do profissional que irá formar!
Sinto um orgulho indescritível. Caiu a ficha de que, aos poucos, parece que tudo está se definindo nessa minha missão de "mãe globalizada", em que sempre me senti incumbida de conduzir meus filhos a encontrarem seus próprios caminhos embasados em retidão de caráter, dedicação, amor a si mesmo e ao próximo, consciência de suas responsabilidades pessoais e para com a sociedade, entre outros valores.
Ver minha filha sendo acolhida por quem deseja oferecer todos os recursos para transformá-la em uma excelente profissional cuja formação se baseia não apenas em conhecimentos, mas também, em valores e princípios, valorizando-a por todos seus talentos, reconhecendo que foi escolhida justamente por possuir todos esses atributos, trouxe-me uma incrível sensação de plena paz interior.
Tudo isso me fez ter ESPERANÇA no futuro, acreditando que nosso país ainda tem jeito, sim. Descobri que existe quem acredita que podemos ter faculdades de altíssimo padrão e excelência. Existem alunos extremamente capacitados para serem formados por elas. O conhecimento e os valores éticos e morais, ainda devem ser a moeda valorizada na seleção dos alunos para essas vagas.
Enfim, não se tem que contentar com nada menos do que o melhor.
PARABÉNS à Sociedade Israelita Albert Einstein por este marco na sua própria história e também na história da Educação em nosso país.
PARABÉNS à minha filha, que conquistou tão brilhantemente sua vaga nesta faculdade. Por toda a sua abnegação, pela incrível capacidade de superação e dedicação aos estudos e, principalmente por toda sua integridade de caráter e personalidade que foram determinantes para ser selecionada.
Desculpem-me por falar tão de "boca cheia" e envaidecida! Mas é que hoje me dou mesmo a esse direito, porque estou tremendamente ORGULHOSA por tudo que minha filha conquistou!!!
Yuhuuuuu!!!!!
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